quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Conjunto Paraná os 4 Gigantes

Toda temporada tem seus imprevistos e esta não foi diferente. A chuva que no ano passado insistiu em atrapalhar no final da temporada, esse ano fez com que o mês de julho sumisse para o montanhismo paranaense. Pelo menos para nós, já que montanha é bom com frio, com chuva ninguém merece.
Conferindo a previsão, falei com meu chefe e peguei uma folga no meio da semana, pois não me aquentava em esperar o final de semana e perder novamente para a chuva.
Com isso liguei para Lucyano e acertamos em ir dia 04/08/2009 (terça-feira) até o Pico Paraná, para completarmos o conjunto PP, União, Ibitirati e Camelos, onde dos quatro grandes somente o PP era conhecido.
Lucyano acionou Mauro que formou a equipe da vez. E como era de se esperar o dia amanheceu lindo com um baita sol nos dando energia após 30 dias de chuvas e tempos nublados.
Saímos da Fazenda PP 11h30min da manhã de terça, o registro marcava poucos aventureiros naqueles dias pelas montanhas da região, já que estávamos no meio da semana.
Pegamos um sol de meio dia nas costa bem na subida do Getulio, que fez lembrar-nos dos dias de verão, porém alcançamos o A3 entre o cume falso e o principal do PP em 05h30min de caminhada, um pouco pelas mochilas carregadas com bóia para ficarmos até 3 dias se tivéssemos pernas e mudássemos o objetivo principal.
Eu e Mauro fomos os primeiro a chegar e já fomos montando a barraca, Lucyano chegou uns 15 minutos depois. Arrumamos as coisas dentro da barraca e partimos para o cume principal para apreciarmos o pôr-do-sol do lugar mais alto do sul do país.
Uma coisa eu percebi estando ali após quase 2 anos, estou cada vez mais perdendo o medo de altura, já que desta vez andei por todos os pontos do cume sem tremer as pernas.
Chegamos no exato momento em que o sol desaparecia no horizonte, um final de tarde muito legal com aquele tapete de nuvens evidenciando mais ainda o astro rei.
Mais alguns minutos no cume, assinamos o caderno, olhamos as possíveis trilhas ao União e ao Itibirati e voltamos ao acampamento para fugir do frio que cai com a falta dos raios do sol.

Era hora do tradicional miojão reforçado com pedaços de salame e aquele suco para recuperar as energias. Foi terminar de comer e cada um se aninhou em seu canto e......nada de sono, virei para um lado e para outro e nada de dormir. Quando estava pegando no sono, Lucyano falava alguma coisa, desisti e comecei a conversar com ele até não sei que horas, mais uma noite sem dormir enquanto Mauro quietinho no canto dele sem se mover parecia que estava hibernando, pura enganação no dia seguinte nos confessou só ter dado uma cochiladinha.
Levantamos cedo e novamente subimos o cume para apreciar o nascer do sol, que foi maravilhoso como sempre. Ficamos em companhia do Rafael um companheiro de montanha solitário, que acampou no cume após termos o primeiro contato com ele no acampamento 2 na casa de pedra. Combinamos de irmos juntos aos outros dois gigantes o União e o Itibirati, e assim fizemos.
A rilha começa atrás da caixa cume do PP e segue em um desnível bem acentuado até uma vala com uma vegetação mais alta. Rapidamente o União é alcançado ficando para trás uma vista diferente do PP que daquele lado é muito mais do que aquela pontinha pequena que avistamos do Caratuva, daquele ângulo parece ser uma caixa Gigante de pedra, sem perder tempo seguimos para o Itibirati.
Novamente uma vala com vegetação nos cobrindo e a trilha subindo pela beirada de um precipício, só para dar um friozinho na barriga.
Chegando no Itibirati constatamos um dos visuais mais belos de nossa Serra, andamos pela passarela de pedra que fica nos limites do cume até o lado onde fica a parede de mais ou menos 650 mts de altura localizada na direção do Disco Porto, ali tiramos fotos e conversamos sobre nossas experiências de montanhas, curtindo aquela pintura de vista.



Retornamos ao acampamento juntamente com o Rafael que já havia desmontado a sua barraca. Desmontamos acampamento e começamos a descer, pois teríamos os camelos ainda para enfrentar na parte da tarde.
O Rafael notadamente sentiu o dia anterior onde ele havia subido o Caratuva e seguido ao PP, com uma mochila nada leve por sinal, já que carregava sua barraca, seu rango e outras coisas para passar dois dias na serra, e acabou por não seguir aos Camelos.
Rangamos na casa de pedra, que proporcionava a única sombra disponível no A2, pegamos água na bica, nos despedimos do companheiro Rafael (desceu dali mesmo), e seguimos aos Camelos onde escondemos as mochilas no começo da trilha, para não nos desgastarmos sem necessidade com o peso extra.
Na descida já as 14h00minhrs foi um show de escorregadas pela trilha que parecia um banhado, até encontrarmos um rio de altitude na primeira vala, não pegamos aquela água que parecia estar meio parada, seguimos logo superamos outra vala e rapidamente chegamos à primeira corcova, prosseguimos em direção as outras e em 45 minutos chegamos na segunda (aquela com um empilhado de pedras) e a terceira que fica junto com a segunda.
Lucyano reclamava muito de seu calcanhar, que na descida num dos escorregões havia torcido. Então não prosseguimos para a última corcova, deixando assim um gostinho de quero mais. Mas a vista daquele lugar e a conquista de todo conjunto Paraná já nos deixou felicíssimos, com uma euforia energizante que nos fez decidir voltar naquele dia mesmo para casa.
Começamos a descer o A2 às 16:15Hrs e seguimos em direção a fazenda. Eu fui à frente, na primeira pegada até o A1 e fiz em 40 minutos descansando as costas por causa de minha mochila que como sempre estava mais pesada do que as dos outros dois.
Esperei os dois e seguimos vagarosamente até a primeira bica da Trilha do PP, alcançada já no breu, descansamos um pouco, bebemos água e comemos bolachas para não perdermos muito tempo.


Seguimos com apenas uma lanterna ligada (a de Mauro), apesar de haver outras duas, mais o ritmo estava tão lento que não compensava tira-las da mochila. Eu me sentia ainda com gás para subir o Itapiroca ou o Caratuva, mas já havíamos completado nossa missão e a comemoração seria com uma bela noite de sono em nossas camas, após as 12 horas de caminhada daquele dia.
Chegamos à Fazenda 20h30min, conversamos, descansamos um pouco e bebemos um vinho que tinha passeado no Conjunto PP e guardávamos para aquela noite. Logo voltamos para casa, não esquecendo de devolver a panela emprestada no barzinho onde compramos o vinho. Fui pensando em um belo pedaço de pizza, um banho quente e minha cama. E não é que chego em casa e me delicio com uma pizza que minha esposa tinha comprado, parece até que conversei por telepatia.
Daqui 15 dias no Final de semana do dia 22/08/2009 planejamos conquistar o Ciririca juntamente com o Agudo da Cotia, Morro esse que eu e Benjamim não conseguimos conquistar no ano passado, espero relatar a tão esperada conquista na minha próxima postagem!!
Até mais.

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