domingo, 31 de agosto de 2008

Camapuan e Tucum


Após as empreitadas em Terras não tão altas no mês de maio, resolvemos partir para novas conquistas agora acima dos 1.600mt de altura do nível do mar, com isso, no mês de julho após uma verificação no Google Earth e alguns relatos publicados em diversos Blogs, partimos para Fazenda do Bolinha, em Campina Grande do Sul/ Pr.
A intenção era conhecer a Trilha até o Pico Ciririca (o morro das placas), Gigante que nos fascina seja pela dificuldade de acesso (pela trilha de cima 09:00Hs de caminhada ou pela trilha de baixo 7:00Hs em mata mais fechada) ou pelas polemicas placas localizadas em seu cume que já serviram para transmissão de dados entre a Usina Parigot de Souza em Antonina e a Cidade de Curitiba e que hoje com a era digital sua funcionalidade ficou obsoleta, gerando discussões acerca da remoção dessa grande parafernália.
Eu sou contra, já que houve um dano irreversível no local com a instalação dessas placas e hoje elas fazem parte da história, servindo como identidade da montanha, como eu tinha comentado em outra oportunidade.
Dessa vez fomos somente eu e Luciano, o objetivo era a conquista de Montanhas que ficam no caminho do Pico Ciririca, e com isso, optamos pela trilha de cima para conhecer essas montanhas. A trilha estava bem limpa e foi uma caminhada agradável em meio a grandes árvores centenárias e sem grandes problemas quanto á localização de água já que atravessamos um rio várias vezes até o começo da subida do Camapuan.
A água é peça fundamental na montanha, a grande dificuldade é em seu transporte já que o ideal é saber onde ficam bicas e riachos para que não se gaste energia em vão, sempre procurando carregar o essencial para cozinhar e beber, sem desperdícios e exageros. E o mais complicado é quando você não conhece a trilha, ficando a mercê da sorte, correndo o risco de ficar com cede ou se sacrificando com alguns quilos a mais no transporte do liquido.
A saída da Fazenda do Bolinha se deu ás 14:00Hs e com um ritmo leve de caminhada chegamos ao Camapuan, morro que parece ser uma bola de pedra com pouca vegetação e faz gastarmos uma grande energia em sua subida deixando as pernas bamba de tanto esforço que temos que fazer.
Vencemos o Camapuan em duas horas e meia, bastante tempo, para quem futuramente pretende ir ao Pico Ciririca, nessa ocasião a intenção era outra e a primeira vez em um morro desconhecido realmente é muito mais demorada do que em outras visitas.
Com uma vista maravilhosa pegando o Pico Paraná pelo lado dos Camelos o Tucum á frente, á esquerda o Ferraria, Taipa, Caratuva e Itapiroca e no lado Direito o Pico Luar, Ciririca e Agudo da Cotia, ainda se contempla a Baia de Paranaguá e Antonina o Pico Marumbi a Serra da Prata, a Serra da Graciosa, Curitiba e a Represa Capivari, nossa é demais, adorei o Camapuan, mesmo não sendo tão alto quanto os outros morros da região.
Optamos em bivacar ali mesmo e fazer um ataque ao Tucum no outro dia, já que o mesmo estava a nossa frente, coisa de 30 minutos. E então após um pôr do sol atrapalhado pelas grandes nuvens escuras, curtimos um friozinho de quase zero grau, vendo as luzes da cidade de Curitiba.
Acordamos cedo para pegar o nascer do astro rei, eis que entre o Caratuva e o Itapiroca começa a sair os primeiros raios de vossa majestade, mostrando as várias curvas de nossa Serra e formando um só os grandes morros de nosso Himalaia. A sombra desenha um Grande Gigante Adormecido. É impressionante como o conjunto do pico Paraná parece mesmo a face de um gigante.
Lá pelas 9:00Hs, enquanto eu arrumava as coisas após um café rápido procurei Luciano e o mesmo tinha desaparecido, ela já tinha ido ao cume do Tucum, com isso fiquei no acampamento e logo começaram a chegar outros montanhistas, dois ficaram ali no Camapuan, só curtindo o visu e eu aproveitei para conversar.
Logo volta Luciano, e eu após cobrar mais comunicação dele, saio á conquista do Tucum. Em cerca de 20 minutos alcanço o cume e assino o livro ponto. O Tucum parece o Camapuan, uma Bola de Pedra só que ele é mais alto e parece dividir-se em dois. O diferencial é um visual do Pico Cerro Verde, ficando bem á frente. Fiquei mais ou menos meia hora e logo voltei para o Camapuan.
Lá pelas 15:00Hs começamos a retornar a Fazenda do Bolinha, trazendo na bagagem, o esquema de parte da trilha para o Pico Ciririca e belas imagens da nossa serra. Em seguida pegamos nossas motos e descemos a Serra da Graciosa rumo as nossas casas.

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